domingo, 14 de setembro de 2014

Eleições 2014, os mesmos discursos

É incrível como meus textos, assim como os discursos, não mudam de uma campanha para outra. É simples, escrevo de acordo com a postura e comunicação dos candidatos, não surgindo novidade neste sentido não há como escrever algo diferente. O conteúdo deste artigo vai à mesma linha de outros que já escrevi em período eleitoral. Inicio fazendo uma tradicional pergunta a você, o Brasil precisa de mudança?
Se a análise for feita pelo viés da Comunicação e do Marketing, sim. No início do mês estive em São Paulo participando de um Seminário sobre Marketing e a principal discussão girava em torno de Inovação e valorização das pessoas. Participavam do evento, que inclusive contou com a presença de Philip Kotler, o “Pai do Marketing”, alguns dos principais pensadores de Marketing do País.

Neste Seminário, bastante interativo, a Organização fez dentre outras, uma Pesquisa eleitoral para avaliar a preferência daquele público específico. Os números denotam bem o espírito de mudança que tomam conta do nosso setor. Em primeiro lugar ficou Aécio Neves com 55,3%, seguido de Marina Silva com 25,1%, enquanto a atual Presidente ficou com 6,8%. Do público de aproximadamente 600 pessoas, 1,8% votaria em outro candidato, 3,5% votaria em branco ou anularia e 8% estavam indecisos naquele momento.

Sorte da Dilma que esses números não refletem a realidade quando a Pesquisa envolve a população como um todo, mas mesmo assim, a entrada da Marina Silva na disputa, sem dúvidas, deu outros contornos a campanha. Por tudo o que tenho visto até agora, não estou generalizando evidentemente, a elite econômica e intelectual tem preferência pelo candidato do PSDB, e os demais, que são maioria preferem a Dilma e a Marina. Essa reta final de primeiro turno será emocionante, ainda mais considerando esse outro fato novo, que é mais um escândalo envolvendo a Petrobrás.


Costumo dizer nas minhas palestras para candidatos e profissionais de campanha, que eleições pra mim se comparam a  Copa do Mundo, dado meu envolvimento profissional e pessoal. Alguém sempre contesta. Política é paixão, embora hoje em dia eu seja mais pragmático por exigência do mercado. Mas como mencionei no início do texto, não há de fato, novidade. Os discursos são “O Brasil precisa mudar por isso e por aquilo... etc...” ou “O Brasil precisa continuar no caminho certo e blá blá blá.....”. Vou encerrar o artigo exatamente da forma como já encerrei um em outro momento.

Paixões a parte, o que o país vive hoje começou com Fernando Collor, se lembram da abertura de mercado? Itamar Franco, Fernando Henrique, Lula, agora a Dilma, e o Brasil crescendo e firmando-se no cenário mundial, mesmo passando momentaneamente por uma recessão. Isso é fato. É hipocrisia e falácia qualquer um dos líderes citados quererem assinar o "Projeto Brasil” e isentar-se do ônus. Vez por outra vemos um deles "batendo no peito" e dizendo eu fiz. Em todas as administrações temos que abrir parênteses para denúncias de corrupções e fatos que evidenciaram as mazelas sociais e desrespeito com o ser humano e com o povo em várias esferas. Todos os governos tiveram e têm virtudes e falhas. 

Mario Cortella e Reginaldo Rodrigues na Bienal Internacional do Livro em São Paulo