segunda-feira, 23 de julho de 2012

Clientes da RCEM, Zé Carlos e Sinval são os candidatos do atual prefeito Milton Neto à sucessão em Carmo da Mata

Logotipo da campanha de Zé Carlos e Sinval da cidade de Carmo da Mata

A Casa dos Políticos


Permitam-me fazer uma reflexão, não como Consultor de Marketing, e sim como eleitor. Por mais que minhas análises sejam mercadológicas e pragmáticas, sempre focadas em resultados, quero “viajar” um pouco em uma entrevista concedida pela cantora Rita Lee em um determinado momento. A polêmica artista fez uma mistura bastante interessante, uniu dois temas que despertam sentimentos diferentes no público: a política e seus representantes e os reality shows. Ouso dizer que foi uma ideia digna dos principais gênios criativos, a que foi apresentada por ela.

Antes, dediquemos um parágrafo a esse formato de programa. No Brasil, o primeiro reality a fazer realmente sucesso, proporcionando altos índices de audiência à Rede Globo, foi o No Limite no ano de 2.000, inspirado no americano Survivor. As pessoas eram levadas a um determinado local e deveriam sobreviver com os recursos naturais e o mínimo de comida conquistada através de provas durante o programa. Após isso surgiram A Casa dos Artistas do SBT em 2001 e o Big Brother Brasil em 2002, que para muitos é o que há de pior na televisão brasileira. Depois vieram várias edições dos programas citados e outros, incluindo A Fazenda da Rede Record, que mesmo criticados, continuam rendendo altos índices de audiência e consequentes lucros às emissoras.

Voltando a Rita, reclamando da inutilidade dos programas mencionados, ela sugeriu que todos os pré-candidatos a Presidência da República naquela ocasião fossem trancados em uma casa. Certamente lá, eles debateriam sobre os problemas sociais, econômicos e os demais enfrentados pelo país. Teriam muito tempo para falarem sobre seus planos de governos e seus pensamentos, sobre os diversos assuntos de interesse público, tudo isso sem a presença de assessores e marquetólogos.

Em um determinado dia da semana, assim como acontece nesse formato de programa, o público votaria em um que seria eliminado. Segundo ela seriam resolvidos vários problemas dessa forma. Os candidatos apareceriam sem máscaras, como realmente são, não haveria a necessidade de programas eleitorais e a campanha seria financiada por parte da arrecadação dos próprios telefonemas, evitando assim a necessidade de corromper-se empreiteiras, empresas de lixo e outras sob alegação de arrecadar fundos de campanha. Ao final, àquele que sobrevivesse a todas as eliminações e provações receberia como prêmio, o cargo de mandatário maior do país.

Se eu não fosse profissional de marketing poderia achar a ideia brilhante, aplaudiria de pé a proposta, livrar-nos-íamos de pelo menos um desses programas e do horário eleitoral, se bem que dessa mistura poderia surgir algo muito pior. Utopia. Enquanto “A casa dos políticos” não entra no ar, vamos utilizar os meios disponíveis para conhecermos o caráter e principalmente as intenções dos candidatos, ainda mais que o programa valeria somente para as eleições presidenciais. O rádio, a tv, os impressos e a internet são as principais fontes de pesquisa, portanto fiquemos atentos. Convém prestarmos atenção especial ao passado dos concorrentes para aumentarmos a possibilidade de acerto na escolha.

Léo Gabriel, da Casa do Adubo, é candidato à vereador em Divinópolis. Candidato aposta na juventude e no trabalho da equipe RCEM.

"Por mais atitude", slogan de Léo Gabriel, cliente da RCEM

Marketing RCEM - Tindôra e Marcelo Pascoal 27, candidatos à Prefeito e Vice na cidade de Cláudio MG.

Candidatos Tindôra e Marcelo Pascoal escolheram a RCEM para o trabalho de Marketing.

sábado, 7 de julho de 2012

Eu odeio política


O malfeitorias, o desrespeito com a população e com o dinheiro público tem provocado uma repudia quase que generalizada em relação a classe política. Os últimos pleitos mostram claramente esse sentimento através de números significativos de votos nulos e brancos e o número de eleitores que não comparecem às urnas também cresce a cada eleição.  Se o voto não fosse obrigatório no Brasil é muito provável que tivéssemos uma participação muitíssimo menor das pessoas nas eleições.

O pensador alemão Bertolt Brecht nunca esteve tão contemporâneo. “O analfabeto político” foi escrito há décadas, mas parece que foi ontem: O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio, depende das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

É impossível enumerarmos o número de denúncias de corrupção e abusos cometidos com o dinheiro público só neste ano. É um problema que afeta pequenas, médias e grandes cidades mesmo com o empenho dos órgãos fiscalizadores. E o que era para gerar indignação e protestos veementes e, principalmente mais critério na hora do voto, curiosamente causa apatia, ou um sentimento negativo sem ação ou articulação para a solução do problema.

Há de se fazer uma reflexão a respeito. Como é que um país que tem um dos sistemas eleitorais mais práticos e modernos do mundo, copiado por diversos países, não consegue passar credibilidade para seu povo através da classe política? Não podemos aqui inocentar esse mesmo povo e eximi-lo de responsabilidade pelos políticos desonestos que estão no poder, não chegaram lá sozinhos. Ao mesmo tempo, precisamos de novas lideranças, pessoas com pensamento coletivo e capacidade moral acima de tudo.

Caberá também ao “novo político” mostrar para as pessoas a importância da participação delas no processo de escolha, afinal de contas os escolhidos irão representá-las e tomará decisões por elas. Esse trabalho de conscientização, que deve começar já na campanha, já é uma demonstração do candidato de que tem responsabilidade social. Importante frisarmos que os que odeiam política são governados por aqueles a adoram. Para os desonestos, quanto mais gente odiando melhor, mais fácil continuar, pois quem não gosta de política se omite e o ditado “quem cala consente” nunca se encaixou tão bem.

Cadê a picanha maturada?


Eleições 2012: como deve ser a comunicação do candidato


Comunicar é divulgar, anunciar, passar, informar, fazer conhecer e por aí vai. A palavra deriva do latim communicare, dividir alguma coisa com alguém. Na prática a comunicação acontece através da expressão verbal e não verbal, não aprofundaremos, pois não é o caso neste momento. Na política, acima de tudo em época de eleições, são comuns alguns erros por parte de alguns candidatos. O excesso de preciosismo na fala, através de uma eloquência vazia, e certo desdém com o eleitor, principalmente com os de menor poder aquisitivo.

Mesmo com a vulnerabilidade social e educacional das pessoas a retórica desmedida dos discursos não é mais tão eficaz como em outros tempos. Resgatando o significado de retórica: a arte do bem falar através da utilização de elementos persuasivos.  Digo sempre nos nossos Cursos de Oratória que a retórica pode ser a utilização de todos os meios de comunicação pessoal através de argumentos, sejam eles quais forem, lícitos ou ilícitos, para convencer alguém de alguma coisa. O pensador italiano Pietro Aretino, já dizia lá no século quinze, que a retórica está na língua de quem ama, de quem engana e de quem tem necessidade.

Dessa premissa significa então que o candidato não deve usar a retórica na sua fala? Não exatamente. O importante é que ele tenha em mente que o principal critério para a comunicação é o conhecimento do seu público, dessa forma a comunicação será adequada àquela plateia. É importante a certeza de que a mensagem terá sido transmitida. Acredito que você leitor tenha na lembrança algum discurso, eloquente, envolvente, emocionante do qual não se aproveitou nada no tocante ao interesse coletivo. O candidato falou da sua vida pessoal, das dificuldades que passou, manifestou a revolta com o sistema, com as injustiças sociais sem falar o que fará ou faria a respeito.

Conta-se que o diálogo a seguir aconteceu em outubro de 1995 entre um navio da Marinha Norte Americana e as autoridades costeiras do Canadá, próximo ao litoral de Newfoundland. Os americanos começaram educadamente: - Favor alterar seu curso 15 graus para norte para evitar colisão com nossa embarcação. Os canadenses responderam prontamente: - Recomendo mudar o seu curso 15 graus para sul. O capitão americano irritou-se: - Aqui é o capitão de um navio da Marinha Americana. Repito, mude o seu curso. Mas o canadense insistiu: - Não. Mude o seu curso atual. A situação foi se agravando. O capitão americano foi se exasperando e berrou ao microfone: - Este é o porta-aviões USS Lincoln, o segundo maior navio da frota americana no Atlântico. Estamos acompanhados de três destróieres, três fragatas e numerosos navios de suporte. Eu exijo que vocês mudem seu curso 15 graus para norte. Repetindo 15 graus norte, ou então tomaremos contra medidas para garantir a segurança do nosso navio. E o canadense respondeu: - Isto aqui é um farol. Câmbio!
 A arrogância na comunicação está constantemente presente também nas apresentações durante os eventos políticos, principalmente por parte de quem já está no poder. Até mesmo em simples situações do dia-a-dia a soberba e a empáfia desfilam “elegantemente”. O tal ditado, “você sabe com quem está falando?” está presente a todo o momento, mesmo que não seja verbalmente expressado. É um tal de eu fiz isso, eu fiz aquilo, quando na verdade tudo o que acontece, só acontece graças a um trabalho de equipe. Em muitas situações o cidadão está assinando um trabalho que teve início em gestões anteriores a dele, em alguns casos começados até por adversários políticos. Durante a campanha tem abraços, beijinhos e tchalzinhos depois da vitória ele fica quase inacessível.

Não podemos nos esquecer que o voto tem absolutamente o mesmo valor, seja do pobre, do rico, do negro, do branco, do homem, da mulher, do jovem e do idoso. O sucesso do candidato dependerá também da adequação da comunicação ao contexto e ao público ao qual ele se dirige. O eleitor não tem obrigação de buscar nas entrelinhas o que ele quer dizer. Ele pode ser objetivo na proposição de projetos ou padronizar sua comunicação, independente do público alvo, sob pena de perder preciosos votos.