O malfeitorias, o
desrespeito com a população e com o dinheiro público tem provocado uma repudia
quase que generalizada em relação a classe política. Os últimos pleitos mostram
claramente esse sentimento através de números significativos de votos nulos e
brancos e o número de eleitores que não comparecem às urnas também cresce a
cada eleição. Se o voto não fosse
obrigatório no Brasil é muito provável que tivéssemos uma participação
muitíssimo menor das pessoas nas eleições.
O pensador alemão
Bertolt Brecht nunca esteve tão contemporâneo. “O analfabeto político” foi
escrito há décadas, mas parece que foi ontem: O pior analfabeto é o
analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos
políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da
farinha, do aluguel, do sapato e do remédio, depende das decisões políticas. O analfabeto político é tão
burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o
imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor
abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista,
pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
É impossível
enumerarmos o número de denúncias de corrupção e abusos cometidos com o
dinheiro público só neste ano. É um problema que afeta pequenas, médias e
grandes cidades mesmo com o empenho dos órgãos fiscalizadores. E o que era para
gerar indignação e protestos veementes e, principalmente mais critério na hora
do voto, curiosamente causa apatia, ou um sentimento negativo sem ação ou
articulação para a solução do problema.
Há de se fazer uma
reflexão a respeito. Como é que um país que tem um dos sistemas eleitorais mais
práticos e modernos do mundo, copiado por diversos países, não consegue passar
credibilidade para seu povo através da classe política? Não podemos aqui
inocentar esse mesmo povo e eximi-lo de responsabilidade pelos políticos
desonestos que estão no poder, não chegaram lá sozinhos. Ao mesmo tempo,
precisamos de novas lideranças, pessoas com pensamento coletivo e capacidade
moral acima de tudo.
Caberá também ao “novo
político” mostrar para as pessoas a importância da participação delas no
processo de escolha, afinal de contas os escolhidos irão representá-las e tomará
decisões por elas. Esse trabalho de conscientização, que deve começar já na
campanha, já é uma demonstração do candidato de que tem responsabilidade
social. Importante frisarmos que os que odeiam política são governados por
aqueles a adoram. Para os desonestos, quanto mais gente odiando melhor, mais
fácil continuar, pois quem não gosta de política se omite e o ditado “quem cala
consente” nunca se encaixou tão bem.
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