Permitam-me fazer uma reflexão, não como Consultor
de Marketing, e sim como eleitor. Por mais que minhas análises sejam
mercadológicas e pragmáticas, sempre focadas em resultados, quero “viajar” um
pouco em uma entrevista concedida pela cantora Rita Lee em um determinado
momento. A polêmica artista fez uma mistura bastante interessante, uniu dois
temas que despertam sentimentos diferentes no público: a política e seus
representantes e os reality shows.
Ouso dizer que foi uma ideia digna dos principais gênios criativos, a que foi
apresentada por ela.
Antes, dediquemos um parágrafo a esse formato de
programa. No Brasil, o primeiro reality a
fazer realmente sucesso, proporcionando altos índices de audiência à Rede
Globo, foi o No Limite no ano de
2.000, inspirado no americano Survivor.
As pessoas eram levadas a um determinado local e deveriam sobreviver com os
recursos naturais e o mínimo de comida conquistada através de provas durante o
programa. Após isso surgiram A Casa dos Artistas do SBT em 2001 e o Big Brother Brasil em 2002, que para
muitos é o que há de pior na televisão brasileira. Depois vieram várias edições
dos programas citados e outros, incluindo A
Fazenda da Rede Record, que mesmo criticados, continuam rendendo altos
índices de audiência e consequentes lucros às emissoras.
Voltando
a Rita, reclamando da inutilidade dos programas mencionados, ela sugeriu que
todos os pré-candidatos a Presidência da República naquela ocasião fossem
trancados em uma casa. Certamente lá, eles debateriam sobre os problemas
sociais, econômicos e os demais enfrentados pelo país. Teriam muito tempo
para falarem sobre seus planos de governos e seus pensamentos, sobre os
diversos assuntos de interesse público, tudo isso sem a presença de
assessores e marquetólogos.
Em um determinado
dia da semana, assim como acontece nesse formato de programa, o público
votaria em um que seria eliminado. Segundo ela seriam resolvidos vários
problemas dessa forma. Os candidatos apareceriam sem máscaras, como realmente
são, não haveria a necessidade de programas eleitorais e a campanha seria
financiada por parte da arrecadação dos próprios telefonemas, evitando assim
a necessidade de corromper-se empreiteiras, empresas de lixo e outras sob
alegação de arrecadar fundos de campanha. Ao final, àquele que sobrevivesse a
todas as eliminações e provações receberia como prêmio, o cargo de mandatário
maior do país.
Se eu
não fosse profissional de marketing poderia achar a ideia brilhante, aplaudiria
de pé a proposta, livrar-nos-íamos de pelo menos um desses programas e do
horário eleitoral, se bem que dessa mistura poderia surgir algo muito pior. Utopia.
Enquanto “A casa dos políticos” não entra no ar, vamos utilizar os meios
disponíveis para conhecermos o caráter e principalmente as intenções dos candidatos,
ainda mais que o programa valeria somente para as eleições presidenciais. O
rádio, a tv, os impressos e a internet são as principais fontes de pesquisa, portanto
fiquemos atentos. Convém prestarmos atenção especial ao passado dos
concorrentes para aumentarmos a possibilidade de acerto na escolha.
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