domingo, 13 de dezembro de 2009

Natal e Ano Novo (2): Consumo e Tv

“Esse ano o Natal e o Ano Novo serão diferentes”. Esse período é realmente bem interessante, pois quando falam isso as pessoas pensam não só em si, mas na família, nos amigos, nos problemas do país, nas mazelas do mundo e acreditam realmente que algo pode ser diferente. O povo fica mais sorridente, descontraído e os nobres sentimentos invadem os corações sedentos por uma válvula de escape. As vendas aumentam... isso porque a iniciativa de presentear é a principal marca do Natal. Muito se fala em fraternidade, amizade, paz, amor, mas o verdadeiro Espírito do Natal é o Espírito Consumista.
Já imaginou um Natal sem dar ou receber presentes? Será que a alegria seria a mesma? O mercado aguarda ansioso esse momento, pois em seguida à virada, os dias ficam calmos, a não ser pelas trocas de produtos. Promoções e mais promoções são lançadas para “abocanhar” o décimo terceiro e o extra, que é disponibilizado para as compras do final de ano. Para Philip Kotler promoção consiste em “um conjunto diversificado de ferramentas de incentivo, em sua maioria a curto prazo, que visa estimular a compra mais rápida e/ou em maior volume de produtos ou serviços”.
Depois de gastar com as compras, resta a televisão como diversão para a maioria. Vejamos as novidades: Especial do Roberto Carlos (todo ano tem). No ano passado ou atrasado, não lembro bem, ele fez dueto com um cantor de Funk na tentativa desesperada de se mostrar eclético. Isso mostra um processo inverso de evolução, daqui a pouco tempo ele volta ser macaco. Vejamos o que acontecerá este ano, afinal de contas são 50 anos de carreira. As principais notícias do ano voltam à tona na Retrospectiva 2009. O pior é que agora até os programas de fofocas fazem retrospectivas. Vídeo Show, Tv Fama, Luciana Gimenez... (E eu que não gostava da Hebe), tem ainda o Especial infantil da Xuxa em horário nobre (ai). Pelo menos na TV veremos a volta de um dos maiores comediantes da história brasileira, Chico Anísio, que falta ele faz. Depois de tudo isso, na virada tem a queima de fogos: a cada dez minutos de Copacabana tem um minuto para todas as outras capitais (Dá até vontade de ir para o Rio... brincadeira, brincadeirinha).
Ano novo, vida nova. É o que mais se ouve. Os desorganizados compram agenda, os gordinhos começam regime, os desempregados saem procurando emprego, os maus administradores começam o planejamento para melhor gestão da empresa, ou da rotina de vida. São inúmeros os projetos que se iniciam após o estouro do Champagne; ou da “Sidra”. A metade desses planos sucumbe em dois meses. Mas será que realmente existe algo novo? Pelo menos em 2010 o país não vai esperar muito pra iniciar as atividades. O pior é quando o Carnaval é no finalzinho de Fevereiro. “Tim, tim!”

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