sábado, 7 de julho de 2012

Eu odeio política


O malfeitorias, o desrespeito com a população e com o dinheiro público tem provocado uma repudia quase que generalizada em relação a classe política. Os últimos pleitos mostram claramente esse sentimento através de números significativos de votos nulos e brancos e o número de eleitores que não comparecem às urnas também cresce a cada eleição.  Se o voto não fosse obrigatório no Brasil é muito provável que tivéssemos uma participação muitíssimo menor das pessoas nas eleições.

O pensador alemão Bertolt Brecht nunca esteve tão contemporâneo. “O analfabeto político” foi escrito há décadas, mas parece que foi ontem: O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio, depende das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

É impossível enumerarmos o número de denúncias de corrupção e abusos cometidos com o dinheiro público só neste ano. É um problema que afeta pequenas, médias e grandes cidades mesmo com o empenho dos órgãos fiscalizadores. E o que era para gerar indignação e protestos veementes e, principalmente mais critério na hora do voto, curiosamente causa apatia, ou um sentimento negativo sem ação ou articulação para a solução do problema.

Há de se fazer uma reflexão a respeito. Como é que um país que tem um dos sistemas eleitorais mais práticos e modernos do mundo, copiado por diversos países, não consegue passar credibilidade para seu povo através da classe política? Não podemos aqui inocentar esse mesmo povo e eximi-lo de responsabilidade pelos políticos desonestos que estão no poder, não chegaram lá sozinhos. Ao mesmo tempo, precisamos de novas lideranças, pessoas com pensamento coletivo e capacidade moral acima de tudo.

Caberá também ao “novo político” mostrar para as pessoas a importância da participação delas no processo de escolha, afinal de contas os escolhidos irão representá-las e tomará decisões por elas. Esse trabalho de conscientização, que deve começar já na campanha, já é uma demonstração do candidato de que tem responsabilidade social. Importante frisarmos que os que odeiam política são governados por aqueles a adoram. Para os desonestos, quanto mais gente odiando melhor, mais fácil continuar, pois quem não gosta de política se omite e o ditado “quem cala consente” nunca se encaixou tão bem.

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