sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Ética: Alicerce para um jornalismo ideal - Roney Lobato

Devolveria o troco que, por ventura, a funcionária do caixa teria lhe dado errado, se você tivesse percebido o erro? Ou faria de conta que não tivesse visto? Entregaria ao dono uma possível mala de dinheiro, encontrada na rua, se você soubesse de quem ela era? São perguntas para muitas pessoas difíceis de serem respondidas nos dias de hoje. Isso, porque o famoso “jeitinho brasileiro”, aliado à degradação dos princípios éticos tem falado mais alto no cotidiano do nosso povo.

É comum ver uma notícia na TV em que a novidade, o diferente ou o inusitado seria, justamente, o fato de alguém entregar a tal mala ou pacote de dinheiro ao devido dono. Algo que, a priori, seria via de regra de conduta para qualquer pessoa tornou-se tão incomum que, quando acontece, é motivo de divulgação e acaba virando notícia. Você devolveria o dinheiro de imediato? Ou será que pensaria duas ou mais vezes antes de fazê-lo?

Vê-se aí a importância do jornalismo, diante da complexidade das relações humanas contemporâneas. Mesmo que, a princípio, não devesse ser função do jornalista mostrar esses fatos - já que eles deveriam ser uma obrigação moral inerente a todos -, quando divulgamos esses acontecimentos, de alguma forma, é acesa uma "luzinha" no interior de cada um de nós, como um lembrete que, ao piscar, nos avisa de que nem tudo está perdido.

Mais que isso, o jornalista deve participar das principais discussões éticas e morais que ecoam pela sociedade. Deve ficar atento às quebras de decoro e desvios de conduta praticados pelos expoentes da política e gestores do país e não omiti-las. Como princípio que norteia a profissão, o jornalismo não deve nem pode fazer vista grossa aos acontecimentos que corrompem a dignidade humana e os preceitos éticos.

Já que vivemos no país onde o “ter” e o “ser” falam mais alto, é hora de o jornalista, efetivamente, ser o guardião da moral e ter o respeito pela humanidade. Falar, escrever e discursar menos em razão dos interesses particulares e mais em função da valorização do homem como ser humano. Quem sabe, talvez, primando por essa postura o jornalista possa influenciar de maneira positiva quem acredita na profissão e ainda vê no profissional da área um agente de credibilidade.

Um comentário:

  1. Gostei vc ter citado em seu belo texto essa tal "luzinha". Sei q é até repetivo dizer que nossos valores mudam de acordo como o espaço e o tempo, mesmo mudando nossos valores, é bom lembrar do que nossos pais nos ensinaram quando crianças, dormir com a consciencia tranquila..."essa luzinha" que ascende nos faz ser o que somos, mesmo mediante a um mísero piso do jornalista, isto para os que possuem, os que não possuem passam a ser vendedor, telefonista, reporter, editor, revisor...etc e tem que ser bom vendedor caso ao contrário...rsrsrs mesmo assim vale a pena ter essa "luzinha"

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